Ele tinha uma vida estável e feliz, era um bom homem. Sua empresa de consultoria empresarial, construída com muito esforço junto com a sua esposa que conhecera na universidade, fazia sucesso no mercado. Sua linda filha estava no jardim de infância e encantava o casal, com as suas primeiras palavras escritas. Muito ligado com a sua mãe, que o havia apoiado muito alguns anos antes com a morte de seu pai, ela era uma espécie de porto seguro para ele. Estas três mulheres faziam da vida dele uma total maravilha, sempre o auxiliando e o completando.
Porém fatalidades tendem a acontecer, e de uma vez só o tripé feminino que o sustentava foi arrancado dele de uma forma brusca e violenta em um trágico acidente de carro, que fatalmente vitimou as três mulheres.
Desconsolado e sem ter em quem se apoiar, o triste homem entrou em uma profunda depressão. À cada dia que passava ele se afastava mais da sua empresa, para passar mais tempo trancado em seu apartamento que o lembrava dolorosamente da família que havia perdido. De forma desesperada, toma uma decisão importante, talvez a mais importante da sua vida. Resolve se matar para fugir dos problemas que tanto o atormentam. Primeiro, pensa em uma forma que seja rápida e indolor, e na sua cabeça vem a imagem de um revólver. Um tiro na cabeça, será a sua passagem para fora desse mar de dor e desespero.
Os preparativos para o seu final começam lentamente, como um ritual. O decidido e desesperado homem, toma um demorado banho, tal como se fosse a sua purificação. Sai do banheiro para o seu quarto, onde veste uma calça branca de algodão, e parte para a cozinha, onde bebe uma generosa dose de seu uísque mais caro, que guardava apenas para ocasiões especiais. Liga o seu sistema de som para escutar música, e põe para tocar um pouco de blues. Sentado no sofá da sala, acende um cigarro e espera a hora certa para o fim. Retorna ao seu quarto, beija uma foto em que estavam ele e as suas amadas. Abre a última gaveta, e pega uma caixa preta forrada de veludo, abre o recipiente e pega o seu conteúdo, é uma arma. Retorna à sua sala-de-estar, e se ajoelha no centro dela, ergue o revólver e o aponta para a cabeça. Tremendo, ele põe o dedo no gatilho e sem pensar duas vezes o puxa, o barulho estridente do tiro leva embora a sua vida e também as suas mágoas e tristezas, como um poderoso remédio de efeito colateral fatal.
Um Certo Suicídio
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
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23:59
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
O dia sóbrio está prestes a acabar, as nuvens encobrem as estrelas, a Lua que timidamente ilumina o céu escuro. A luz do meu quarto está acesa, a televisão está ligada e o sentimento de solidão me faz companhia. O café que eu tomara há algumas horas repreende o meu sono e me faz pensar em muitas coisas frustrantes e sem graça que eu já deveria ter esquecido.
Um triste jazz ecoa pela minha cabeça, intensificando o sentimento de solidão. O tic-tac do meu relógio de pulso debruçado sobre a mesa do computador quebra o silêncio noturno juntamente com os latidos dos cães domésticos espalhados pelos quarteirões.
A noite está quente, o vento não sopra. O rosto sempre sorridente dela povoa os meus pensamentos enquanto uma suave brisa adentra o meu quarto pela janela aberta. Troco repetidas vezes de canal, mas a programação não me cativa.
O sono não vem, o que vem no seu lugar é uma rajada de pensamentos sobre como gastar o tempo ocioso das férias e sobre como aproveitar uma nova oportunidade que se abriu para mim.
Agora já passa da meia noite, e eu estou aqui perdido no meu próprio quarto, afogado nos meus pensamentos e dilemas, enquanto outras pessoas dormem tranqüilamente.
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Vida
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Quanto aos colegas de sala temos apenas todos ao nosso redor, desde o seu melhor amigo até o mendigo que te pediu esmola quinze dias atrás. São essas pessoas que na maioria das vezes vão influenciar nas nossas atitudes e escolhas.
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Fábula Sobre Coelhos e Carros
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
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Político
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Na teoria deveria ser o indivíduo que se dedica à política, em especial no desempenho de cargo eletivo.
Na prática, é um indivíduo bem trajado, geralmente de terno e gravata, que costuma desviar e roubar o dinheiro público, tal ente referido povoa manchetes de jornais e revistas com alguns de seus escândalos sendo revelados, às vezes envolvendo vacas super-faturadas e jornalistas posando nuas como vieram ao mundo em revistas masculinas e outras vezes conspirações mirabolantes de ambulâncias sendo vendidas e gordas mesadas distribuídas. Esses seres apresentam um vocábulo bastante rico, mostrando que prestavam bastante atenção nas aulas de gramática, gostam de utilizar em seus discursos e entrevistas palavras pomposas e difíceis, não sei se é para que o povo não entenda o que eles realmente falam, ou se é para manter o decoro parlamentar, se é que algum dia isso existiu.
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Cidade
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
A noite cai, trabalhadores e estudantes enchem pontos de ônibus e estações de metrô desejando intensamente voltar para seus lares. O engarrafamento alcança 3 quilômetros, aborrecendo e estressando todos.
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Caso Fosse um Epitáfio
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
apenas um pouco ferido,
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Crepúsculo
sábado, 18 de agosto de 2007
Postado por Adalberto Duarte às 22:26 13 comentários
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Volta às Aulas
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
O dia amanhece de uma forma assustadoramente rápida. Os raios de Sol penetram pela janela enquanto o despertador do celular soa intensamente. Acordo de um sono pesado às 05:50 da manhã, me arrasto do quarto até o banheiro, onde tomo um banho frio que parece congelar a minha alma. Saio do banheiro um pouco mais disposto do que quando entrei, até agora nenhum pensamento havia passado pela minha cabeça.
Retorno ao quarto, escolho uma roupa diferente - não irei usar o uniforme no primeiro dia de aula do segundo semestre - e calço o meu tênis surrado que parecia me implorar para ser usado. Me olho no espelho, não reconheço a figura refletida, talvez seja o meu pior inimigo... Olho de novo e o reconheço, sou eu, com o cabelo bastante molhado e bagunçado, arrumo-o e vou para a mesa saborear a minha refeição matinal, mastigo lentamente. Olho o relógio e vejo que já é hora de sair, escovo os dentes apressadamente, cato a mochila e as as canetas do lado do computador, pego o MP3 na gaveta e os óculos escuros, a claridade lá fora parece tentar me cegar. Escuto uma voz chamar pelo meu nome lá fora, é um amigo. Me despeço da minha mãe e abro a porta, estou saindo.
Vou caminhando com o amigo enquanto conversamos sobre os mais variados assuntos, de programas de Tv até o mau desempenho de Flamengo - nosso time do coração. Ele vai em direção à sua escola enquanto eu caminho por mais duas quadras e chego ao meu destino bem em cima do primeiro toque.
Olho em todas as direções e vejo os mesmos rostos do primeiro semestre, só que agora demonstram um certo entusiasmo ao se encontrarem com os colegas, como se passassem uma eternidade separados. Disparo alguns cumprimentos, entro na sala e me sento ao fundo dela, do lado esquerdo e encostado na parede com o ar-condicionado soprando no meu pescoço enquanto espero algum professor entrar pela porta e começar um enfadonho dia de aula, o primeiro do segundo semestre
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O Choque Cultural
domingo, 29 de julho de 2007
Por intermédio da mistura cultural e filosófica, o homem consegue se completar e mudar o meio onde vive, absorvendo do diferente para aprender e se completar com ele. O respeito é fundamental, para que a mistura cultural proveniente do choque possa fluir de uma verdadeira forma, pois para se completar e aprender com o diferente é preciso respeitá-lo, amá-lo, compreedê-lo e aceitá-lo, deixando de lado todo e qualquer tipo de preconceito social ou racial, afinal ninguém pode ser qualificado por falta ou excesso de melanina, por ter olhos puxados, por ser estrangeiro ou por possuir algum tipo de deficiência. O choque cultural é uma peça importante para o desenvolvimento e melhoramento do ser humano e para uma integração mais pura entre o homem e a natureza utilizando-se da cultura e da arte para isso.
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Aquele Dia Sem Você
sábado, 28 de julho de 2007
Andava por aí sozinho, quando vi a sua silhueta cruzando a avenida, em um instante alegrei-me, mas logo vi que era uma miragem, era apenas o calor que se levantara do asfalto. Me viro para outro lado e escuto a sua voz sussurrando no meu ouvido, mais um engano, era o assobio do vento que passara por mim em forma de uma brisa branda que me empurrou para a frente. Para me esquecer da sua voz , escolho uma música aleatória no MP3, mas a melodia que embala a minha caminhada era a mesma trilha sonora dos nossos beijos.
Já perto de casa, sinto o teu cheiro, olho para todas as direções à tua procura, mas apenas encontro os jardins com as flores mais perfumadas da vizinhança. Ao chegar na frente de minha casa, vejo a calçada que era lugar marcado dos nosos demorados diálogos. Me apresso para entrar na minha residência, ignoro a recepção calorosa dos meus cães, arranco as roupas do meu corpo e me jogo embaixo do chuveiro. Saio do banho e entro no quarto, visto uma roupa qualquer, seco o cabelo e estendo a toalha no varal e admirando o Céu ensolarado do meio da tarde.
Me deito no sofá da sala, estou só em casa. A luz do Sol penetra pelas janelas e persianas formando jogos de luzes e sombras projetadas nas paredes e no teto, são reflexos de tudo o que está acontecendo lá fora e, ao mesmo tempo, dentro de mim. Por um momento vejo o teu rosto refletido na televisão desligada, viro a cabeça para o lado e adormeço. Acordo apenas à noite, não estou mais só em casa, tomo um copo de café bem forte enquanto assisto o noticiário, pois somente a seriedade áustera da realidade me faz te esquecer por um instante.
O noticiário logo acaba, e uma lembrança tua me vem à cabeça e percebo que estou sozinho e que agora tenho consciência de que te perder foi mais difícil que te encontrar.
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Não Existem Pontas Soltas
sábado, 9 de junho de 2007
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Normal
Normalidade é apenas um conceito de igualdade imposto pela nossa sociedade, seja um rebelde e faça a diferença.
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Homem de Fé
Apesar dos ossos quebrados, da carne rasgada e do sangue derramado eu continuo de pé, pois tudo posso Naquele que me fortalece.
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O Macaco Quer Bananas
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Qualquer um de nós já teve algum surto ou sentiu muita raiva, chegando a ponto de extravasar, e é nesse momento que passamos dos limites e revelamos a nossa verdadeira essência.
Porém, há pessoas que não precisam surtar para colocar para fora os seus instintos bestiais. Os criminosos, por exemplo, são babuínos sem controle, esperando a sua vítima, e provocar alguma agressão, geralmente procurando dinheiro, a valorizada banana para estes macacos sem pêlos.
A sociedade atual é desorganizada e selvagem, tal qual uma família de macacos, procurando apenas bananas das mais selvagens e variadas formas por todos os lugares das grandes cidades, frias selvas de concreto, aço e asfalto.
Enfim, temos que ser predadores de nossa própria raça, pois,para os selvagens, só há um mandamento que é seguido à risca: a lei do mais forte
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